RISCOS OCUPACIONAIS PATOLÓGICOS PARA A MENTE DO TRABALHADOR E PARA CULTURA ORGANIZACIONAL
Os cinco riscos ocupacionais: químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, são os riscos que estão mais bem claramente dispostos nas legislações e que portanto estão mais bem apresentados nos programas, planos e sistemas de controle de perigos e #riscos presentes nas atividades laborais das empresas.
Há bem pouco tempo, esses riscos eram identificados e gerenciados como agentes que afetavam exclusivamente a funcionalidade do corpo físico do trabalhador, e portanto, pareciam não estar ligados a saúde mental das pessoas. Estudos diversos vêm mostrando que os riscos ocupacionais além de potencial para agravamento de outras patologias, alguns também apresentam ação expressiva nas questões cognitiva-mental do trabalhador, como é o caso da exposição excessiva ao ruído, calor, alguns compostos químicos ineficientemente controlados e a ausência de ergonomia cognitiva e organizacional.
O aumento de trabalhadores afastados do trabalho por demandas mentais, vem aumentando a cada ano, isso trouxe uma preocupação, juntamente com um olhar especial de diversas especialidades, sobre as causas e os fatores contíguos que podem estar produzindo perigos e riscos que afetam mais fortemente a mente e as emoções das pessoas no trabalho.
Essas ações demonstram que além dos cinco riscos ocupacionais já mencionados, temos mais um outro, um sexto risco bem presente nas atividades laborais, o RISCO PSICOSSOCIAL, causando diretamente desconfortos e patologias psicológicas.
Riscos psicossociais e as ergonomias
Os Riscos Psicossociais Ocupacionais estão inseridos no comportamento e na cultura hostil das pessoas, expressadas dentro dos ambientes de trabalho. Observa-se que os riscos psicossociais associados aos riscos ergonômicos cognitivos e ergonômicos organizacionais, somatizam-se e potencializam a ação dos agentes sobre o psicológico dos colaboradores.
As ergonomias organizacional e cognitiva contribuem significativamente para identificação dos riscos psicossociais, mas exercem baixo controle ou mínima probabilidade de eliminação.
A ação dos riscos psicossociais relacionados ao trabalho, provém do relacionamento, comportamento, ambiente e cultura. Portanto, para os riscos psicológicos serem identificados e controlados, esse contexto deve ser compreendido pelas empresas e seus colaboradores.
Portanto, os riscos psicológicos não podem ser identificados e controlados em ação isolada da empresa ou do trabalhador. Então, a ação e gestão deve ser compartilhada para conjuntamente estabelecerem ações claras de controle, na busca da eliminação do risco.
Outro ponto importante, é que o risco psicossocial deve ser tratado diretamente como um risco singular e não oriundos da disergonomia.
Riscos psicológicos
Há outras fontes de riscos psicossociais que afetam o trabalhador, e que não estão relacionadas diretamente ao trabalho e que portanto não são considerados fatores ocupacionais mas exercem influência e podem contribuir para o agravamento destes, como aquelas oriundas da vida pessoal, familiar, social e mais recentemente contextos da pandemia pela #Covid-19, excetuando aqueles que trabalham diretamente no combate a doença e serviços essenciais.
É importante e urgente que as organizações e os profissionais de gestão, saúde e segurança, busquem entender e tratar os riscos psicológicos ocupacionais que afetam as pessoas, causando desconfortos, doenças, baixa performance, variações no índice de produtividade, infelicidade no trabalho, fragilização da retenção de talentos, clima organizacional hostil e aumento dos índices de presenteísmo, absenteísmo e sinistralidade.
Os riscos psicológicos presentes nos ambientes de trabalho, quando não são controlados, afetam as pessoas e tem ação abrangente, influenciando decisões importantes dentro das organizações. Não é raro ver colaboradores competentes tomando decisões erradas, por influência de riscos psicológicos que permeiam os relacionamentos, ambientes, cultura e o clima organizacional.
Algumas ações dos riscos
◙ Desta mesma forma, alguns aspectos de acidentes de trabalho podem ter recebido influência ou ter como causa-raiz os riscos psicológicos.
◙ As falhas nas metodologias como as pessoas são avaliadas, orientadas e mentoradas podem estar, de forma velada, repleta de fatores psicossociais tóxicos.
◙ A informação e comunicação interna, seja ela presencial ou remota podem estar sendo conduzida por vetores de riscos psicológicos que persuadem as tomadas de decisão e os rumos da gestão dentro da organização.
Te convido a entender mais sobre saúde mental no trabalho e o sexto risco – o risco psicossocial. Porque você pode trabalhar em uma atividade que não tenha muitos perigos e riscos, mas os riscos psicológicos estão presentes em todos os lugares e atividades, sejam elas laborais ou não.
Os riscos psicológicos podem afetar qualquer trabalhador, de qualquer cargo, função, atividade e segmentos de produção, serviço, comércio, pesquisa, infraestrutura, agropecuária, navegação, transporte e outros.
Inúmeras pessoas pedem demissão ou são afastadas de seus excelentes empregos, por conta dos riscos psicológicos presentes nos ambientes de trabalho. Portanto, precisamos nos posicionar como empresa, funcionário, sociedade, buscando conhecer mais, identificar os riscos psicológicos, controlá-los, combatê-los e sermos acolhedores com quem estiver sob a ação tóxica e patológica do risco.
Uma outra frente importante e essencial, além de controlar os riscos psicológicos, é sermos também apoiadores na cura acelerada dos que estão sendo afetados. Isto é realizado com planejamento, estrutura, profissionalismo, empatia e amor ao próximo.
Todas as organizações precisam ter uma estrutura preparada de apoio e recuperação aos trabalhadores afetados emocionalmente.
O apoio ao tratamento, ajuda no combate ao preconceito sobre saúde mental, gera inteligência para manutenção da saúde dos demais colaboradores, acelera a cura das pessoas afastadas, garantindo a recolocação ao mercado de trabalho de forma assertiva.
“Saúde e Segurança no trabalho é uma forma escancarada de amor ao próximo”. Maria Jefres
Autor deste artigo: Maria Jefres – Engenheira de Segurança do Trabalho, Analista Comportamental, especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho, autora do livro: O sexto risco – a gestão dos riscos psicossociais.
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Excelente abordagem. Desnuda as fragilidades das organizações no quesito Saúde Mental. Estamos passando por um momento propício para trazer para dentro do ambiente de trabalho tão importante tema. Excelente contribuição.
Estamos infelizmente muito a quem do que deveria em saúde mental do trabalho. Todos os dias deparamos com colegas pedindo socorro no trabalho em decorrência dose riscos psicológicose, só que não temos ainda o treinamento e nem a sensibilidade de reconhece-los.
Olá Eder, agradecemos sua importante contribuição. O que você diz é fato e expressa o cenário atual. Portanto é importante e essencial que passemos a instruir as pessoas e empresas para se posicionarem corretamente no controle dos riscos psicológicos. Para iniciar essa jornada, recomendamos a leitura do nosso livro: O SEXTO RISCO – GESTÃO DOS RISCOS PSICOSSOCIAIS – QUANDO O TRABALHO ADOECE A MENTE. Você encontrará um link de compra, na página principal, canto superior dessa página. Você também pode continuar nos acompanhando, temos realizado contínua pesquisa nesse assunto e estamos divulgando em forma de lives, videos, artigos e outros; aqui e pelas redes sociais @mjefresmetanoia. Grande abraço Eder, contamos com você para propagar informação que cuida e protege a saúde de pessoas. Abraços