FEEDBACK  SIM – FOFOCA NÃO – GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL

Você já ouviu ou já falou frases como estas?

“eu falo o que penso, doa a quem doer”
“Sou assim mesmo, curta e grossa”
“Sou verdadeiro e sincero, falo o que penso”
“Eu não sou baú”

 

Pessoas que se intitulam SINCERAS, porque falam conforme pensam, consideram essa característica pessoal, uma qualidade. Por causa do nível de coragem que possuem em expressar seus pensamentos sem filtros. Porém, vale ressaltar que sinceridade sem SABEDORIA e ALTRUÍSMO, não é Qualidade.

Sinceridade sem SABEDORIA e ALTRUÍSMO, não é Qualidade.

Se comunicar e dar feedback exige habilidades. E as habilidades são resultados de treino. Além disso, dentro do processo de comunicação e informação, existe um posicionamento infeliz, baseado na análise das fraquezas de alguém e em seguida, na liberação de comentários a terceiros. Esse posicionamento é também conhecido como Fofoca. Comentar as fraquezas, informações negativas e erros de pessoas e Organizações, é no mínimo deselegante e normalmente está atrelada a problemas com o caráter do comentarista.

Fofoca e Feedback são ferramentas totalmente opostas, com propósitos completamente divergentes. Por isso o Feedback pode ser uma das ações para desconstruir e desestimular as tão destrutivas fofocas dentro das Organizações.

É importante citar, que seres humanos têm seu processo de desenvolvimento pessoal acelerado, quando recebem feedback de forma bem construída. E através de quem tem a intenção verdadeira de apoiar o processo de melhoria contínua de alguém. Portanto, não podemos deixar de falar ao outro, onde ele precisa melhorar. Por isso é essencialmente necessário desenvolver e ensinar dentro das famílias, nas ruas, no trânsito e nas organizações, o hábito e a habilidade de dar feedback com sabedoria e altruísmo.

Eu exerço liderança dentro de Organizações Industriais e Eclesiásticas. E aonde estou ou por onde me movimento, inclusive na rua e no trânsito, quando estou em deslocamento, percebo o quanto temos dificuldades de desenvolver o hábito de dar feedback com sabedoria, altruísmo e transparência. Se vemos alguém conhecido ou desconhecido fazendo algo de errado, ele precisa ser alertado para descontinuar a atitude errada. Mas se vemos no outro algo de bom, isso precisa ser divulgado para continuar sendo uma inspiração e modelo a ser seguido. Jonh Maxwell diz que “Precisamos ver aquilo que queremos ser”.

Gosto muito do Texto do Líder Cristão, apóstolo Tiago 1:19 que diz que devemos ser “prontos para ouvir e tardio em falar”. Isso porque a arte de falar com assertividade, exige Reflexão sobre o que se vai dizer e para quem está sendo dito. E o impulso pode atrapalhar sua avaliação, fazendo com que os mais nobres, quando percebem que erraram por não refletir, voltem atrás no que disseram e decidam fazer as devidas retratações.

Enfim, todo Líder e Comunicador precisa se permitir, ter um tempo para pensar antes de se comunicar. E estar atento a movimentação de seu time para inibir e instruir sobre comentários desagradáveis sobre pessoas e organizações.

Atualmente, as doenças psicossomáticas são a terceira causa de afastamento ao trabalho. E é impressionante como os consultórios de Psiquiatras, Psicanalistas e Psicólogos estão lotados de pessoas afetadas por causa de PALAVRAS que se transformaram em feridas da alma: rancor, constrangimento, vergonha, sentimento de vingança, exposição negativa da imagem de alguém, prejuízo a honra,  dentre outros.

A fofoca tem inclusive levado empresas a pagarem indenizações para reparação de danos morais a colaboradores afetados, por conta que sua liderança não teve a habilidade para inibir tais práticas. E os bocudos podem responder a processos judiciais por conta da fofoca.

Mas podemos mudar tudo isso, estimulando e exercitando o hábito das palavras que motivam, e que impulsionam o outro a mudar para melhor, mesmo quando estamos falando à elas sobre um ponto de melhoria ou fraqueza. Chamamos isso de Feedback Construtivo.

Canalizar a informação negativa para quem é de interesse é o primeiro passo. Saber como entregar essa informação é a segunda etapa.

Então vamos lá … Se temos informações POSITIVAS sobre Pessoas, recomendo que essas informações sejam propagadas, e se possível fosse, deveriam ser publicadas em todas as redes sociais, para gerar influência e modelos a serem seguidos.

Mas se temos uma informação ou avaliação negativa de um colega de trabalho, parente, colega de ministério, enfim, a sua rede de contatos. Então devemos antes, pensar, em como entregar a informação negativa, de forma que se torne um degrau construtivo na vida do outro, para que possa ser gerador de metanóia, mudança de mente e de comportamento. E não de feridas.

Em resumo, se temos informações ou feedback sobre pontos de melhorias de alguém, temos então, que seguir alguns cuidados.

 

Regra 01

Não fale de Pessoas para as outras Pessoas. Fale dela para Ela.

Não deixe de falar e não protele a conversa.  Mas ao falar, busque ser elegante, gentil e altruísta.

Falar de pessoas para pessoas é fofoca. Falar dela para ela mesma é Feedback.

Dar o feedback e repassar o feedback dela para outras pessoas, isso também é Fofoca. Entregar o feedback e manter a informação somente com ela, isso é Respeito.

 

Regra 02

É comum, nos depararmos com pessoas que dizem estar comentando algo sobre alguém, na intenção de ajudá-la. Se a intenção é realmente ajudar, a informação deve ser entregue a quem pode resolver, ou seja, a própria pessoa que está sendo o motivo do “assunto”.

Se é uma criança ou adolescente, menor aprendiz sob responsabilidade de alguém, o responsável deve ser envolvido.

 

Regra 03

Gestores não devem fomentar a fofoca entre colaboradores. Infelizmente há gestores que fazem sua Gestão baseadas em informações que seus subordinados trazem para ele. Essa prática, é sempre adotada por gestores imaturos, que possuem pouca habilidade de Gestão, Liderança e Influência. E portanto não combatem a fofoca, mas alimentam ou se tornam indiferentes a circulação de comentários de colegas sobre os colegas, que variam desde informações profissionais a questões de vida pessoais e particulares. Esses gestores sempre tiram proveito de informações privilegiadas das fofocas, para assim tomarem decisões.

Gestores que fomentam esse tipo de postura, afetam destrutivamente o Clima Organizacional da empresa e os resultados com a Saúde e Segurança dos colaboradores, de forma que indicadores como Turnover, Presenteísmos, Sinistralidade, Produtividade e Absenteísmo podem expressar a atmosfera de um ambiente laboral, onde há pessoas tendo sua imagem e honra desrespeitadas, no secreto das salas, nos banheiros e corredores de empresas.

Gestores que não se atentam para isso, e não combatem as fofocas, geralmente são sempre alvo de seus próprios funcionários bocudos. E no final toda a organização paga a conta do uso negativo da liberdade de expressão sem elegância, altruísmo, respeito  e espirito de equipe.

A fofoca é uma das formas de violência emocional e tem sido amplamente discutida entre órgãos governamentais diretamente ligados a Saúde do Trabalhador. Assim como outros tipos de violência emocional: assédio, bullyng, racismo, discriminação sexual e religiosa, dentre outras. Estes também são itens dos Fatores dos Riscos Psicossociais, que devem ser Diagnosticados através de técnicas apropriadas e implementadas medidas de Controle.

Por isso é tão importante que as empresas estabeleçam Políticas claras de combate interno a fofoca, divulgando canais internos de denúncia, estabelecendo e instruindo sobre as forma de medidas disciplinares sérias. E junto com o enfrentamento, promover mecanismos de canalização das informações, e a gente faz isso, popularizando, ensinando e estimulando o exercício do feedback construtivo como uma ferramenta para inibição da fofoca. E também para estimular, nesse sentido um approach comportamental que vá trazer novas atitudes e resultados sobre o comportamento humano, que afetam os resultados gerais de Saúde e Segurança no Trabalho.

Líderes são os responsáveis por fazer a gestão da Cultura organizacional, baseadas nos mais altos padrões de valores: Transparência, Altruísmo, Espírito de Equipe e Respeito. E outros valores que você pode acrescentar.

Se você achou útil esse artigo, compartilha nas suas redes sociais. Leve esse artigo para seus Líderes e discutam juntos como combater abertamente a fofoca dentro da Organização. Discutam como podem ajudar as pessoas a se comunicarem melhor, quando possuírem informações sobre a fraqueza de outras pessoas e da empresa, e de forma que elas podem se utilizar do feedback construtivo, que é uma ferramenta fantástica e a mais apropriada para isso.

Feedback é tudo… Feedback é o jogo do ganha-ganha!

Eu ganho, você ganha, as Organizações ganham. E a gente ganha um mundo melhor!


Texto de Maria Jefres
Engenheira de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente.
Esp. Psicologia Organizacional e Coach at EHS-Environmental Health Safety

Se você precisa de apoio para realizar o Diagnóstico da Cultura Organizacional e do Clima de Saúde e Segurança do Trabalho, além do Diagnóstico dos Riscos Psicossociais, entre em contato conosco, teremos a maior satisfação em servi-lo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *